domingo, 27 de setembro de 2009

Fim


Sempre quis tê-lo.
Demorou muito para que acontecesse.
Quando finalmente te vi, pensei: "vai ser meu".
Imediatamente me apaixonei.
Aquele mundo novo, que eu era louca p/ conhecer mais à fundo.
Todos aqueles sentimentos:
Dos mais nobres aos mais vis.
No começo não me envolvi muito, mas depois...
Não conseguia pensar em outra coisa.
Devorar-te era o que eu queria.
Até o fim.
Até que ele, assim tão de repente, chegou, mas já era esperado, afinal, tudo tem começo, meio e final.
Percebendo que estava se acabando, meus olhos derramaram algumas lágrimas
e confesso que sentirei saudades.
Mesmo sendo como foi, senti pena, principalmente daquele que só fez o que fez por amor,
mas foi cruelmente descartado.
Sentirei saudades imensas de "A Irmã de Ana Bolena"!
Livro fantástico de Philippa Gregory.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A verdade nua e crua


Ela sempre teve os filmes como meio de entretenimento, um meio de aprender história, talvez, saber mais sobre os povos e suas culturas... Mas nunca imaginou que se veria em uma dessas personagens! Sim! Era ela!
Parece que a mostravam primeiro por fora, mas depois a puseram ao avesso, sendo assim justificada a razão dela ser daquela forma.
Descobriram-na. Expuseram-na.
Toda sua crença [ou a falta dela, dependendo do ponto de vista], com suas justificativas, estava ali, naqueles diálogos - Será que o roteirista a conhece?

Apesar de ter sido exposta daquele jeito, ficou agradecida pelas dicas - um olhar de fora é sempre bom.

A única parte que não gostou foi o final. Ele era previsível e a vida não é previsível...
Se você bem reparar, nesses tipos de comédia-romântica, o final sempre prova que o início estava enganado. Aquela personagem pensava "assim" pela vida inteira, mas aí vem a mulher ou o homem que a faz pensar "assado"...E assim os filmes sempre terminam passando a mensagem "o amor é possível".
Os filmes não mostram o depois. Se mostrasse, não seriam comédias-românticas, não seriam filmes: seriam a vida - que pode ter comédia e também tragédia, drama, suspense...até terror.
Mas a sétima arte é feita para isso mesmo, para nos entreter, nos dar lições, nos tirar de nossa realidade por uma hora e meia ou duas.
A garota amou o filme, mas a verdade nua e crua, infelizmente, não é essa mostrada nas salas de cinema. Que pena.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Cores


Dia desses, assistindo a um vídeo seu - e mais uma vez contemplando sua beleza, que de todo jeito é bela, até mesmo com aquela maquiagem diferente que usava - me fez ter uma idéia...
Até mesmo antes de saber se você aceitaria, fui naquela loja e comprei umas tintas, deixei tudo preparado - acho que já sabia que você não iria negar uma brincadeirinha dessas!
- Tava assistindo um vídeo seu.
- É? Qual?
- Aquela entrevista que você tá com aquela maquiagem diferente, o cabelo pintado...
- Ahh, sim...sei qual é. Você sempre me disse que minha beleza se valorizou com aquelas tintas e tal...Mas por que...Não! Não é o que eu to pensando...
- Já comprei tudo.
Fiz exatamente do jeito que estava no vídeo, à exceção das roupas - não havia necessidade delas.
- E agora? Vai ficar me olhando é?
- Vou! Deixa eu apreciar a minha obra de arte! Como você é lind...
De repente, tudo ficou colorido.
- Minha vez!!!!
E o seu azul malicioso que brilhava se misturou com o meu rubor quente, ficando lilás. O seu ruivo com o meu loiro escuro, deu laranja intenso, como as chamas da lareira. O calor ajudou na mistura das cores - as tintas derretiam. O branco de nossos sorrisos se mixaram ao escarlate ardente de nossos lábios mordidos, dando o rosa. Ah! Mar de rosas!
E o rosa entrelaçou-se com o preto dos teus olhos grandes borrados, virando vinho. Ah, também tinha o vinho branco, o tinto... Até o marrom dos chocolates, o vermelho das cerejas, o branco leite condensado entraram na nossa "aqualera".
Havíamos pintado as sete cores do arco-íris. Vimos pelo menos um três deles... Com direito a pote de ouro no final.

domingo, 20 de setembro de 2009

Luto



Uso três fitinhas pretas



para simbolizar o meu luto
:


Luto da menina que tinha 21 anos
;


Da morte da ingenuidade




E o luto daquelas sete semanas e de tudo o que se inseriu nela.


Até você.

sábado, 19 de setembro de 2009

Realidade


Contemplava o teto como se pudesse ver através dele o céu estrelado e a lua. Estava inebriada, bêbada daquela sensação maravilhosa. Fechava os olhos e sorria, como que para intensificar aquele prazer. Ao meu lado, adormecido, estava ele. Também sofrera os efeitos daquele ato, daquela explosão, e agora dormia como uma criança que havia brincado o dia inteiro e estava exausta. Como ele era lindo! Mesmo com seus olhos fechados - que escondiam aquele intenso azul; aqueles olhos sempre astutos, que o revelava, que representava exatamente o que era e o que sentia -mesmo com os cabelos desgrenhados, alguns fios cobrindo-lhe a testa suada. Mesmo todo esparramado - metade em cima de mim - ele era lindo. Dormia tão profundamente que só via o movimento de sua respiração suave; não se mexia um milímetro, mesmo eu estando ali, inquieta, alerta, totalmente acordada. Virei-me para ele, para ficar mais próxima, encostei levemente meu rosto em sua barba e fiquei espiando para ver se ele não acordaria...Que nada! Apenas deu um suspiro e continuou a dormir.
Então, me aninhei delicadamente em seus braços relaxados, peguei o edredom e me cobri.O sono começou a chegar e começei a sonhar ainda meio acordada com o que acabara de acontecer. Meu corpo reagiu, estremeceu e soltei um gemido baixinho...Ele sentiu e vi seus olhos curiosos me questionarem, junto com seu sorriso malicioso:- O que foi?
- Estremeci - respondi com o mesmo sorriso malicioso. Ele se fez de bobo:
-De frio?
Dei -lhe uma olhada como só eu sabia fazer nessas horas, mordendo o lábio...Ele solta uma gargalhada daquelas e só responde:
-hmmmmm.
Foi a minha vez de perguntar:
- O que foi?
- Nada...
- Hunrum...sei...
- Vem cá...
Me abraçou, olhou em meus olhos, acariciou meu rosto, meus cabelos, meu pescoço, beijou minhas orelhas, bochechas, pálpebras, seios, lábios...lhe retribuí com todos os carinhos que uma mulher apaixonada é capaz de criar...' "eu te contemplo" "eu também".
E lá estávamos nós, entre as estrelas; dedos entrelaçados, assim como nossos corpos...
O despertador apita às 6:00 em ponto em um pleno sábado.
Acordo com um suspiro, me espreguiçando lentamente...olho para o lado...só vejo meu labrador de pelúcia.- Ah, a realidade!


ps: lendo muito "A irmã de Ana Bolena"!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ambição


Diálogo entre Mary e Anne Boleyn.
"- Você está sempre apaixonada - Disse Ana com irritação. - Parece numa grande bola de manteiga, sempre gotejando amor por um ou por outro. Antes foi o rei e conseguimos nos dar bem. Agora é a filha dele, o que não vai nos adiantar nada. Mas você não liga. É sempre a mesma coisa: paixão, sentimento, desejo. Isso me deixa furiosa.
Sorri para ela.
- Porque você é só ambição - eu disse.
Seus olhos faiscaram.
- É claro. O que mais existe?
Henry Percy pairava entre nós, palpável como um fantasma.
- Não quer saber se o vi? - perguntei. Foi uma pergunta cruel e a fiz querendo ver dor em seus olhos, mas minha malícia não surtiu efeito. Sua expressão foi dura e fria, como se tivesse parado de chorar por ele e nunca mais fosse chorar por um homem.
- Não - replicou. - De modo que pode dizer-lhes que nunca mencionei seu nome. Ele desistiu, não desistiu? Casou-se com outra mulher.
- Achou que o tinha abandonado - protestei.
Olhou para longe.
- Se fosse um homem decente teria continuado a me amar - disse ela, a voz ríspida. - Se fosse o contrário, eu jamais teria me casado enquanto meu amante estivesse livre. Ele cedeu, deixou que eu partisse. Nunca o perdoarei. Está morto para mim. Posso estar morta para ele. Tudo o que quero é sair deste buraco e retornar à corte. Tudo o que me restou foi ambição."

Trecho do livro "A irmã de Ana Bolena", de Philipa Gregory.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O castelo de cartas


Quem nunca brincou de construir castelos de cartas? Quem já tentou sabe como é difícil construí-lo perfeitamente e sem que ele desmorone algumas vezes.
Havia uma garotinha que teimava em construir seu castelo. Ela queria um castelo grande; belo e com uma esplendorosa torre. As bases eram fáceis de fazer pois todos sabem que nela se coloca um número considerável de cartas. Mas à medida em que o castelo vai ganhando "altitude", o número de cartas vai diminuindo. A garotinha queria um castelo de quatro andares. Os três primeiros ela sempre conseguia montar, mas quando chegava no quarto, onde ela sonhava fazer sua torre, as cartas teimavam em não ficar ali e findavam caindo. A sorte da menina era que as cartas eram leves o bastante para não derrubar o restante do castelo.
Que garotinha determinada! Ela queria porque queria construir sua torre e enquanto não conseguisse, não desistiria.
Só que houve dois eventos: em um, ela construiu sua torre com um valete de paus ( a torre teria que ser feita com uma rainha e uma outra carta). O castelo desmoronou. Com muito esforço, a menina reconstruiu seu castelo. Nas vezes em que colocou sua rainha de copas com reis percebia depois que não eram do mesmo naipe. "Têm que ser os dois de coração", ela concluíra.
O outro evento foi pior, quando estava quase completando seu castelo, percebeu que já tinha usado o rei de copas na base de sua construção, então, querendo ser esperta, colocou um curinga (já que podem assumir o valor de qualquer carta, mas não passam de bobos da côrte) com sua dama; resultado: o castelo desmoronou inteiro! Não sobrou uma única carta de pé! A menina entrou em desespero. Dessa vez ela pensava que ia completar seu castelo. "Foi o curinga!" exclamava a menina.
Todas as cartas estavam no chão, incluvise sua rainha de copas. "Cadê minha dama? Cadê minha rainha?" A rainha estava perdida entre as outras cartas. A garotinha, impaciente, tentou procurá-la, em vão, mas não a achou. O vento a tinha levado. "Não quero mais saber de castelos, de rainhas, de reis, de curingas!"
Aborrecida, a garota foi brincar de casinha. Mas como era persistente e teimosa, não tirava da cabeça a imagem de seu castelo, com sua linda torre. Mas logo pensava no desmoronamento.
Lá estava a menina brincando de casinha quando sua mãe grita: - Sophia! Venha arrumar essa bagunça, já! Eram as cartas espalhadas pelo seu quarto. Então, Sophia começou a juntá-las e pensou: "eu tento de novo ou guardo o baralho na caixa?" Decidiu por guardar o baralho. A última carta que vê antes de fechar a caixinha é o curinga. Sophia, com raiva, o rasga. Trata de procurar o outro e faz a mesma coisa. Afinal, um baralho e constituído de 52 cartas e dois curingas. O castelo seria feito das 52 cartas, mas pelo menos os curingas estariam fora. "Mas cadê minha rainha?" - Quero minha rainha!!! Sophia começa a chorar. " O que houve Sophia?" - Minha rainha!!! Quero minha rainha, mãe!
"Ora, minha filha, é só comprar outro baralho." "Não! Eu quero AQUELA rainha!" - E o baralho novo vem com mais dois curingas, de novo! Sophia faz bico. A mãe lhe sorri: - minha filha, todo baralho vem com seus curingas, é só você separá-los do resto do baralho. Além disso, sua janela estava fechada quando você estava construindo seu castelo? "A janela!" - Deixei a janela aberta!! O vento foi que atrapalhou...Mas tava tão fraquinho...Diz Sophia. A mãe responde: o vento tava fraco, mas tava ali, e você nem percebeu né? -Dã! Foi por isso que o castelo caiu e eu perdi minha carta preferida! Sophia se sentiu tão burra. "Ahh, mas também, eu queria minha dama com o rei de copas!!! E não com um bobo da côrte!" A mãe riu.
- Tá bom, tá bom, vou ter que comprar outro baralho. Admitiu emburrada.
- Agora só vai comprar quando receber sua mesada. A mãe retruca.
Mas Sophia já está com tudo planejado: quando sua mesada sair, comprará um baralho. Separará os curingas do resto das cartas. Também separará sua rainha, p/ colocá-la no final. Quando aparecer o respectivo rei ( afinal, só tem um!) vai separá-lo também, pros dois ficarem juntos na torre. Ah! E fechar a janela!!! E torcer pra que quando for juntas as duas cartas, elas não caiam e o castelo finalmente se complete.

domingo, 13 de setembro de 2009

To the future passion ( Recado à futura paixão*)



In a thousand crazy deliriums
I hug you in empty days mine
Expecting to feel the tremors
Of my body in your arms

I am proving every day, little by little
The flavor of lips thine
The seconds despair in the compass
In the space of desire

My mind has arrested me
I don't want to know about leave
My mind is my space. Here
I've got the illusion of to live

In a future of gladness where I have got you
And it will be thus until I die of annoyance or delirium...


*Versão original em http://kroletrange.blogspot.com/2009/09/recado-futura-paixao.html

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Aliança


“Pros erros há perdão; pros fracassos, chance;

Pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta

cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance

cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe

que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo

impeça de tentar...”

Luis Fernando Veríssimo.


Perguntaram-me por que uso uma aliança. Respondi: "Porque tenho um compromisso."
Uma aliança pode representar muito mais do que usar um simples anel no dedo anelar; uma aliança é uma promessa, é comprometer-se a um propósito, a não esquecê-lo. A anel está aqui para isso.
É curioso como um objeto pode influenciar sua psiquê.
É curioso como nós precisamos de uma coisa material para selar algo que é imaterial.
Pois bem, alianças servem para namorados, noivos, marido e mulher, enfim.
Mas para mim ela me serve de alerta, de aviso; cada vez que a olho me lembro de uma fase que findou sem resultados e me aconselha a começar outra.
Com um objeto desses em meu dedo, posso ousar a avaliar o caráter das pessoas. Saber se elas levam o compromisso a sério; se respeitam o compromisso dos outros assim como respeitam ou respeitariam os seus próprios. Com que pessoas é válido ter um compromisso?
Ainda é curioso as semelhanças entre eu e o material e que é feito o dito anel.
A aliança é feita de aço: dura, gelada, que não oxida. Mais uma vez ela vem simbolizar minhas atitudes: duras, frias, que não se modificam.
No começo, o anel incomodava um pouco, pesava, me fez um calo. A aliança também tem seu preço: ela também me faz calos, me incomoda, e, às vezes, me sinto pesada. Mas assim como o uso do anel se tornou um hábito, meu compromisso também: não tiro minha aliança nem pra dormir!
A aliança também me lembra do compromisso nunca selado. Da menina que nunca prometeram se comprometer, apesar da menina já estar comprometida. A aliança me lembra das meninas que se aliaram ao invés daquela que já estava aliada. Da menina que se comprometeu em não ter compromisso, temendo que no fim, a aliança, a promessa seja depositada em outro dedo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Às Línguas

Às línguas, que devoram.
Às línguas, que mentem.
Há línguas que fofocam.
As línguas dos que se metem.
.
.
Às línguas, que fazem o pensamento audível.
Às línguas, que influenciam.
Às línguas, que fingem ser possível.
Há línguas que acreditam.
.
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Às línguas, que se comprometem.
Línguas que, junto com a boca, moldam sorrisos.
Mas há línguas que do compromisso esquecem,
Essas línguas que confusas, causam conflitos.
.
.
Há línguas que, voltando atrás, ferem.
Às línguas, que expressam falsas lástimas.
Às línguas, que te enfurecem.
Há línguas que sentem sabor de lágrimas.
.
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Há línguas que se comunicam.
Línguas que contam sempre o mesmo enredo
Há línguas que se explicam,
A outras línguas, usando um mesmo texto.
.
.
Há também línguas que se lambem.
Línguas que transmitem gemidos.
Às Línguas! Que se chupem!
Às línguas, que exclamam gritos.
.
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A língua que faz em sons o gozo
É a mesma língua que exemplifica o nojo.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sinceramente

Sabe?

Sendo sensível

Sofri.

Sendo sincera:

sentimento?

Senti.

Sofrimento?

Sei saltar sem surpresas.

Ser surpreendentemente

Sádica.


Suprimir suspeitas.


Suprir sede, sabor.

Sentir soluço salgado.

Saciar seus sinais.

Salvar sujo s
ábado.

Sabe? Sendo sensível soube

Ser solícita, sórdida, sagrada.

Sendo sincera: sou safada!


Sou Sim! Sobre...


Sentir sem saber se...

Será?


Solução:

Sair sem "sempre".

Somando "sua".


Sentindo-se saturada:


Saudade, suma!