sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Misto de mim




Júbilo  Ultraje  Liberdade ódIo corAgem libertiNagem 
friezA tEsão Loucura Intensidade Sarcasmo Arte
autoeStima Orgulho sUrpresa deScrença Agressividade
Determinação fidelidAde
Sensualidade Impeto Linguagem Vontade Amabilidade

Vije,

 


Meu coração pedrou!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Quente ( Parte I )



Quente. O ambiente era quente. Fervia. Derretia qualquer um que adentrasse aquelas quatro paredes. E não era por causa do clima, pois nevava do lado de fora da janela...as janelas...as janelas estavam suando. Assim como os dois corpos que ali se encontravam. Dois corpos ou um? Era difícil decifrar... Um era tão do outro, um estava tão em outro que quem olhasse de fora não saberia que forma era aquela...não parecia nem humana...pareciam dois animais, selvagens, no cio.
Graças a Deus que as paredes eram acusticamente protegidas - estavam numa sala de Musicoterapia -  porque se não...era bem certo dos vizinhos escutarem a gemedeira. Como se fossem só gemidos, eram urros!
Silvia havia se comportado de maneira tão angelical até ali, que Marcos ficou surpreso, estupefato pra ser mais preciso. Era ela quem comandava toda essa...não tenho nem palavras...essa 'coisa'!!!
Ela parecia uma rainha e ele um mero servo, que fazia todas as suas vontades. 
Mas o que impressiona nessa estória toda é que Marcos sempre fora o "fodão", aquele que todas as mulheres se apaixonavam depois de uma boa transa. Ele claramente sabia disso e usava sua "arma" para "abater" qualquer mulher que quisesse. Coitado. Pensava que tinha sido assim com Silvia, uma mulher discreta, elegante, doce principalmente, muito doce...mas mal sabia Marcos que Silvia usava seu doce pra deixar a refeição mais saborosa. 
Marcos havia conhecido Silvia num congresso de Psicologia. Logo se encantou pela beleza [ digo, pelo belo corpo] de Silvia e porque não, pela sua doçura. Pensou logo em sacanagem e que de qualquer jeito iria levar Silvia pra cama...mal sabia ele que ela adorava um chão.

domingo, 10 de janeiro de 2010

O mundo é um moinho

O mundo é mesmo um moinho, como dizia Cartola.
Gira, gira, mas às vezes parece que não sái do lugar.
Quando acontecem certas coisas de maneira repetida, pode apostar,
alguma lição há p/ se aprender.
Se alguém te machucou e vc reagiu de uma forma,
 vem outra e fez a mesma coisa, há algo que Deus quer nos dizer.
Há algo que vc fez de errado na forma como reagiu da primeira vez, e Deus é tão bom e misericordioso que nós dá a chance de aprender novamente, mas desta vez da maneira certa.
Só depende de você.
É claro e óbvio que a dor não é nada boa, mas não podemos negar que ela nos ensina.
E muito. Andamos felizes, pensando que desta vez não haveria mais pedras no caminho, mas vem outra e te faz tropeçar novamente, se na primeira vez vc chamou palavrão, se zangou, desta vez, apenas lamente, lamente não de ter caído, mas pela pedra que tava ali. Mas também pense que se ela tava ali e te fez tropeçar era pq vc tinha que ver a flor que estava no chão. Apenas remova a pedra do caminho, levante e continue a caminhar, mesmo que esteja machucado. Pode estar certo de que machucados se curam - podem deixar cicatrizes, mas elas te lembrarão de como vc se portou e de como vc evoluiu ao ter desta vez uma postura diferente. Vc vai lembrar que quando caiu havia uma linda flor no chão, que vc pegou e levou p/ casa ou deu a uma pessoa amada, pessoa essa que certamente te estendeu a mão quando vc caiu p/ te levantar.
Outra coisa: não tenha medo de andar de novo e encontrar outra pedra. Não ande olhando p/ chão. Ande de cabeça erguida. Porque vc pode acreditar que haverão pessoas maravilhosas que simplismente te desviarão da pedra, e mais: outras que te guiarão por caminhos onde não haverá perigo.
Tenho tendência a me iludir e pensar que não há pedras no caminho, e pela segunda vez, em um mesmo percurso [ podemos dizer assim] tropeçei.
Outro machucão, nova dor, nova cicatriz.
Mas desta vez não vou choramingar porque caí [ se caí, era pq tinha que ser], nem me revoltar,
nem deixar todos que me amam e que amo preocupados. Não, desta vez vou me levantar, de cabeça erguida, sem uma lágrima no olho sequer, e com a ajuda das pessoas amadas, passar um curativo e esperar que sare.
LSJ, Natal, 09 de janeiro de 2010.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Coração Indeciso ( Alberto Nepomuceno, Op.30 nº1)

Ao princípio era apenas simpatia,
já bem perto do amor,
e minha alma vibrava; alma fulgia
num festivo esplendor.
E tu tão meiga e doce e terna eras então...
Tomei como se fosse meio sim, meio não!


Depois já era mais que simpatia,
muito mais, era amor
um palpitar perpétuo; a alma sofria
num perpértuo terror.
Mas teu olhar espera, dizia.
E que expressão!
Comigo tinha que era meio sim, meio não.


Finalmente foi mais que simpatia,
e foi mais do que amor:
foi paixão, desvario; eu não vivia
senão por teu favor.
Mas tu, quando eu por fim te abri meu coração,
não me disseste sim, nem me disseste não.


(Poesia - Frota Pessoa)

sábado, 2 de janeiro de 2010

Vidro

Era uma vez um vidro: límpido, fabricado com todo carinho e esmero. Feito especialmente para enfeitar tal parte daquela casa. Só que ,como todo vidro ,era transparente, absorvia tudo, além de ser marcado com dedos das pessoas que passavam ali, algumas se encostavam e só depois se davam conta de que estavam manchando-no.
Os donos da casa, e consequentemente do vidro, estavam sempre ali, para limpá-lo e alertar as pessoas para terem mais cuidado com o objeto que fora caro.
Mas parecia que o vidro tinha vida própria: mesmo com toda a dedicação, vez ou outra o vidro se sujava e ficava todo manchado. Vieram os primeiros arranhões... Mesmo sendo consertado, o vidro não seria o mesmo...
E assim, vez ou outra vinha alguém e arranhava o vidro...até que certa vez o quebraram.
Que desespero! Aquele vidro raro todo espatifado no chão...E o culpado nem para arcar com o prejuízo, quem teve todo o trabalho foram os donos. Os donos e um certo rapaz, que nunca havia chegado perto do vidro e a primeira vez que o viu foi naquelas condições... mesmo assim, o rapaz achou o vidro muito bonito e se propôs a ajudar. Mandou consertá-lo se caso os donos aceitassem sua ajuda. E foi aceita.
O rapaz foi ganhando a confiança dos donos do vidro, que ficaram felizes em saber que ainda existiam pessoas bondosas no mundo. E o vidro estava sendo consertado com sucesso. Apesar de não ser mais aquele, pois agora quem o visse, veria algumas partes coladas, mas eram só pequenos detalhes. Só quem vira o vidro vindo de fábrica perceberia a real mudança que ele sofrera.
Só que o rapaz que ofereceu ajuda já tinha experiência em carregar vidros, e certa vez deixou cair um. Ficou traumatizado e prometeu não mais carregar vidro algum, só ajudar a consertá-los.
O vidro estava finalmente consertado, todos felizes porque o vidro voltaria a seu lugar na casa. O rapaz ficou temeroso em carregar o vidro até a casa, explicou a situação aos donos, mas eles não quiseram saber: queria a ajuda do rapaz p/ carregar o vidro e levá-lo finalmente p/ casa. O rapaz, mais uma vez hesitou e disse que não conseguiria carregar o vidro...os donos ficaram chateados, mas nada podiam fazer. Trouxeram o vidro p/ casa eles mesmos. Ainda assim se questionavam porque o rapaz  que se encarregara de ajudar  de bom coração na hora de levar o vidro p/ casa , que seria o grande momento, desistiu. Estranho. Mas é que o rapaz tinha medo de pegar o vidro, que era incrivelmente especial e diferente e ao invés de levá-lo p/ casa dos donos, levar p/ a própria casa... foi assim que ele acabou se machucando.

O rapaz sumiu. Mal sabe ele que quando os donos foram colocar o vidro no seu devido lugar, uma mão a mais faltara, a qual seria tão necessária naquele momento, para dar mais firmeza ao serviço, que o vidro acabou escorregando e se espatifou no chão de novo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Ano novo, tudo de novo

De volta a aliança.
A falta de esperança.
A insegurança.


De volta as promessas.
As controvérsias.
As antipromessas.


De volta a vida normal.
A mente paradoxal.
A esse peso colossal.