segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Pour, encore une fois, mon ami

Paris, lundi, février 15, 2010.


"Com suas 'nonsenses' que nem mais me lembrava, me fez rir de novo. Me distrai e abstrai com seus .. N'est-ce pas? peu importe! '
Era dessa espotaneidade da qual estava precisando. De falar o que lhe vem à telha me fazendo ver uma verdade que pode ser a respeito de qualquer bobagem. Mas é uma verdade. Me faz ver por uns segundos que não há nada calculado ou planejado, feito pra enganar ou desenganar. Num escapulir de uma brincadeira, fala até umas verdades que não são boas de ouvir. É mais uma vez sua naturalidade. E em rir também das merdas que digo.
E as conversas sérias? Que surgem do meio de um 'Je crapper'? Cada um tentando defender seu lado...às vezes são opostos, às vezes dispostos...Um se faz entender no outro.
Reamizade. A volta de uma relação que me surpreendeu e que só me fez bem. Cada um que fale de seus problemas, dilemas, à seu modo. Mas só ouve, não critica. Não diz nem mal-diz. As vezes se questiona. E sempre acaba num resultado ainda mais cheios de mútuos entendimentos questionáveis.
Até a dúvida é sincera. Nas perguntas curiosas e na confiança relembrada das respostas. Na surpresa de ressaber que somos amigos. Até mais hoje do que antes."
Sincères de bonheur,
Amélie.


PS: Quanto tempo Amélie!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Eu e a lesma

Estava cá eu no quintal de minha casa, à luz de uma noite sem estrelas, com meu copo de nescau, meu gudang e um exemplar impresso de "Verônika Decide Morrer" quando me deparo com uma "coisa".
De ínicio pensei que fosse uma folha...ali tão imóvel entre as graminhas...Decidi então esconder a bituca do cigarro embaixo da suposta folha...foi aí que vi que se tratava de uma lesma. Até pensei "nossa o cigarro fez efeito mesmo, to vendo a folha andar..." mas era de fato um invertebrado. 
Não desisti, pequei a bituca e coloquei embaixo da lesma. Beleza... retormei a leitura...de repente a bituca reaparece! "Ora pensei que tinha matado a lesma queimada!" Mas que nada! tava longe...com seus movimentos minúsculos já tava à uma boa distância de onde a tinha visto na primeira vez...
Fiquei intrigada...começei a observar com mais curiosidade as lesmas... sim porque depois percebi que não havia só uma, mas três delas.
Lia um paragrafo de "Veronika" e dava uma olhada na lesma...e ela ia como diz o ditado: "com passos pequenos se vai longe" ou " um passo de cada vez" sei lá! Primeira lição da madrugada!
Acendi outro cigarro e percebi que a lesma ia em direção à outra...pensei: "será que elas vão se encontrar?" "Há vida amorosa entre as lesmas?" Mais a diante ainda havia outra! "Danada!! Se nada der certo com aquela ela parte pra outra!" Lição #2.
Na hora em que fui apagar o cigarro, pensei em colocar a bituca mais uma vez embaixo da lesma... mas ela sairia dali, deixando vestigios de que eu havia fumado. Decidi então enterrá-lo entre as graminhas, pelo o que eu sei elas não se mexem...
Ah! Havia umas minhoquinhas também...convivência harmoniosa entre tipos diferentes, mesmo sendo invertebrados...lição #3.
Concluí que as lesmas são quase imperceptíveis; discretas; exigindo assim um olhar mais apurado, para  perceber que elas se movem, e que mesmo a passos monótonos, e lentíssimos chegam aonde querem. Lição #4.
E por fim, sua aparência pode servir como uma espécie de proteção, quase sempre sendo confundidas com folhas ou algo inanimado, assim elas se camuflam, escapando de seus predadores. Lição #5.
A lesma me fez deixar de lado o livro de Paulo Coelho; e se ele aprendeu 5 coisas com o lápis, eu acabo de aprender 5 coisas com as lesmas.