sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Aliança


“Pros erros há perdão; pros fracassos, chance;

Pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta

cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance

cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe

que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo

impeça de tentar...”

Luis Fernando Veríssimo.


Perguntaram-me por que uso uma aliança. Respondi: "Porque tenho um compromisso."
Uma aliança pode representar muito mais do que usar um simples anel no dedo anelar; uma aliança é uma promessa, é comprometer-se a um propósito, a não esquecê-lo. A anel está aqui para isso.
É curioso como um objeto pode influenciar sua psiquê.
É curioso como nós precisamos de uma coisa material para selar algo que é imaterial.
Pois bem, alianças servem para namorados, noivos, marido e mulher, enfim.
Mas para mim ela me serve de alerta, de aviso; cada vez que a olho me lembro de uma fase que findou sem resultados e me aconselha a começar outra.
Com um objeto desses em meu dedo, posso ousar a avaliar o caráter das pessoas. Saber se elas levam o compromisso a sério; se respeitam o compromisso dos outros assim como respeitam ou respeitariam os seus próprios. Com que pessoas é válido ter um compromisso?
Ainda é curioso as semelhanças entre eu e o material e que é feito o dito anel.
A aliança é feita de aço: dura, gelada, que não oxida. Mais uma vez ela vem simbolizar minhas atitudes: duras, frias, que não se modificam.
No começo, o anel incomodava um pouco, pesava, me fez um calo. A aliança também tem seu preço: ela também me faz calos, me incomoda, e, às vezes, me sinto pesada. Mas assim como o uso do anel se tornou um hábito, meu compromisso também: não tiro minha aliança nem pra dormir!
A aliança também me lembra do compromisso nunca selado. Da menina que nunca prometeram se comprometer, apesar da menina já estar comprometida. A aliança me lembra das meninas que se aliaram ao invés daquela que já estava aliada. Da menina que se comprometeu em não ter compromisso, temendo que no fim, a aliança, a promessa seja depositada em outro dedo.

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