domingo, 11 de outubro de 2009

Domingo ( Diário II)

As manhãs são alegres também, mas hoje acordei com uma sentença: "Queria que essa menina fosse fazer um estágio bem longe, que ficasse bem longe! Quanto ódio meu Deus!". Veja como é contraditório "ódio" e "Deus", mas aqui em casa elas cabem muito bem em uma frase. Agora isso tudo porque tem uma sacola no chão, que eu não apanhei, e quando minha mãe veio falar dela, eu, que estava dormindo, coloquei o travesseiro no rosto. Ela mesma disse outra sentença mais tarde: "quando se está com raiva se faz coisa que nem pensa". É verdade, mas eu digo que aquela primeira frase do dia me deu muito em que pensar. Eu já nem me abalo mais, não choro, nem me sinto a coitada. Mas é como se ao invés de lágrimas, uma corrente de ar hipergelada adentrasse meu peito, fazendo com que meu coração se petrifique um pouquinho mais.
Tudo bem, eu já planejo isso mesmo, devido à minha profissão. Como dito antes é meu destino ser só. Mas devo confessar que ir embora nessas condições não é lá muito legal.
Meu aluno chegou, dei aula normalmente, salvo minha avó que foi perguntar ao aluno se eu era uma boa professora. Com a resposta positiva, vovó também sentencia :"é porque eu nunca botei fé nela" e começa a rir. Assim como a raiva faz você dizer coisas que nem imagina, a inocência também. É verdade vovó, isso a senhora nunca me escondeu: quanto a minha profissão, a senhora nunca colocou fé mesmo. E mais uma vez, não me sinto a coitada, nem com raiva ( até porque ela não faz isso por mal), mas digamos que isso seja um estímulo para que eu melhore cada vez mais na profissão linda que escolhi. Mas também ressalto que quando ouço uma dessas, todas as anteriores me vem à cabeça, como já disse, minha memória é malditamente excelente.
Vou dormir para esquecer, mais uma vez ( se fosse beber para esquecer, estaria falida e alcoólotra! rsrsr). Tive sonhos cheios de amor, do único amor verdadeiro na minha opinião: o amor de mãe. Acordo mais pensativa de que quando fui dormir e venho pra cá, pra tentar esclarecer todos esses pensamentos, transformá-los em palavras e encarar a realidade.


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