segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Un Mois


Paris, lundi, 17 août 2009.

“Mon amour,

Amanhã fará um mês que eu tive a prova concreta de que havia algo errado. Quando você disse: “Não dá mais”. Parecia um sonho, ou melhor, um pesadelo.

Fazia algum tempo que eu não acreditava tão cegamente em alguém. Acreditar a ponto de não querer ver, ou melhor, de não conseguir ver o que era óbvio: não era de verdade.

Um mês... É muito ou pouco tempo? É relativo, como dizia Einstein, pois em um mês, ao mesmo tempo em que quase não me lembro mais de sua face, há momentos em que ela me vem claramente à memória, como se eu a tivesse visto ontem mesmo.

Um mês é suficiente para tanta coisa... No meu caso foi suficiente para me fazer acreditar que desta vez eu havia encontrado uma companhia, que você era a pessoa certa. Mas também um mês foi suficiente para eu descobrir que você não era quem eu pensava que fosse.

Um mês me fez ir ao fundo do poço, ao puro desespero, sentir solidão, angústia, mágoa, raiva. Me fez aprender lições, descobrir talentos, novas formas de me expressar. Me deu um pouco mais de autoconhecimento.

Um mês me fez ter certeza de que eu estava realmente preparada para uma nova experiência e que eu tenho vontade sim, de experimentá-la.

Em um mês fui da felicidade cega à realidade obscura.

Um mês me faz lembrar você sem que eu chore, mas faz com que eu sinta aquele aperto no peito, de pensar que tudo que tive durante esse tempo foi uma ilusão.

Dói mesmo, um mês ainda não foi o suficiente. Um mês ainda me faz sentir saudades suas. Saudade essa que nem faz sentido, mas denuncia que ainda gosto de ti. Um mês não foi suficiente para esquecer-te.

Mas um mês me fez sair do desespero inicial, me fez querer levantar, voltar à razão, procurar novos ares, me fortalecer; mostrou-me que não tenho medo de amar e que eu não me decepcionarei.

E o tempo me deu ótimas oportunidades, boas novas. Tudo dentro de um mês.

Qual a principal lição disso tudo?

Em apenas, ou nesse espaço todo de um mês eu sou uma nova pessoa: mais decidida, segura, com novas opiniões a respeito de velhos assuntos, mas acima de tudo, uma pessoa que não deixou de acreditar.

Son toujours aimé Amelie."


PS: Carta escrita por uma jovem francesa que acabou de descobrir que seu amor era platônico. Achei legal, resolvi traduzir e colocar aqui.

Um comentário:

Riceli 'Krol' Chacon disse...

Adorei, amiga, e nosso professor de francês, Euclides também adoraria! ^^ Bj