quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Solidão Voluntária



Me isolo. Evito confrontos. Evito palavras. Mas elas me perseguem, vindo de uma boca familiar, constante; de timbre que me dá asco, de velocidade que me faz fechar os olhos e orar a Deus pelo silêncio.
Me isolo para procurar a pureza do "sem-som"; a paz do "sem-palavras", do "sem-voz".
Por essa procura tenho me descoberto uma pessoa cada vez mais fechada onde deveria-se haver liberdade - e falante àqueles que não me conhecem tão bem quanto àqueles que presenciam meu silêncio.
Parece-me que a solução está em ser um ser noturno. Enquanto todos descansam, estou em plena atividade; e quando é dia, estou na "noite" do meu canto e embalada pelos sonhos e sono.
Também me descubro extremamente caseira: de férias, posso contar nos dedos de uma mão quantas vezes saí.
Solidão voluntária, seca voluntária. Só me relaciono com o som das notas musicais. Nada do som de gemidos, murmurinhos, risadinhas; nada de palavras (vazias?) de bocas desconhecidas à procura de outra.
Mas isso tudo não significa que quero a inércia. Quero movimento! E principalmente, sentimento.
Um abraço apertado ( e silencioso) seria válido.

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