segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Reencontro

"Nunca pensei que me fosse acontecer algo do tipo. Não sei se foi sorte ou extremo azar. Ter te encontrado depois de tanto tempo e o destino ter decidido que só nos amaríamos como homem e mulher depois de estarmos separados...sinceramente, não sei o que foi aquilo.
Quando o destino impõe um reencontro dessa espécie, fico a pensar o porquê. Mas desta vez não. Pelo simples fato de querê-lo como nunca. E aconteceu.
No tempo em que estávamos juntos, nunca nos sentimos como nesse dia. Nunca tinha sentido teu corpo no meu ou ouvido teus gemidos com tanta intensidade.

Ocorreu de eu ir ao lugar que nos era comum. Te vi. Gelei. Tremi. Dessa vez não fugi ou desviei o olhar: continuei te encarando e seguindo em sua direção. Para minha surpresa, você nem se movei dali.
Teria a chance de fazer o que nunca fiz. Você estava ali, à minha frente.

Cheguei perto, mais perto,e , ao invés daquele frio de antes, me veio um calor ardente e pensei: por que não?
Fui mal intencionada, e pelo 'efeito' que teve, foi infalível. Tu percebeste na hora. Devia estar no meu jeito de andar, de te abordar, no olhar.
Meus olhos se encontraram com os seus; aqueles olhos que eu tanto admiro. Nada disse. Os olhos faziam a vez da voz.

Sei de meus encantos e pela primeira vez os usei com más intenções.
Encostei minha boca perto de tua nuca e sussurei algo em teu ouvido. De primeiro, você hesitou. Mas eu sou tentação, amor. Não precisou muito e já estávamos aos beijos.

Beijo voraz, violento, pecaminoso ( estávamos ambos cometendo traição), delicioso. Nele tinha tudo: tempo, saudade, vingança, libertinagem. Principalmente libertinagem.
É claro que os beijos pediam mais. E eu queria mais. Tua vontade não importava.

Um lugar? Que lugar? Lugar...banheiro. O levei. Nos levamos.
Banheiro deserto e escuro. Ninguém nos acharia ali. Mesmo assim ainda corríamos algum perigo... Pimenta .Afrodisíaco.

Nos devoramos. Esse foi o verbo. Outro não caberia aqui.
Foi devassador do primeiro beijo ao último gozo. Tinha momentos em que você parava pra me observar. Tu não me reconhecia...Tu não me conhecia. Tu não me conhece. E eu ali, altiva, saboreando a vitória enquanto você se perdia.

Beijos, mãos, línguas, membros, sabores, sons...

Já tava me vestindo e você ainda encostado na parede do banheiro, ofegante.
Me olhei no espelho, me ajeitei, passei meu gloss e já tava saindo - assim como uma puta sai depois que acaba o serviço - quando tu, em meio as palavras sem fôlego, começa a falar:
- Seu número ainda é 8...
- Não me ligue. Não sou nada sua.
- Mas...
- Me esqueça. Vim aqui me despedir do pessoal, to indo embora da cidade.
- Não me procure. Não quero nada contigo.
Saí, fechei a porta e o deixei lá, no breu, perdido e confuso.

Estava feliz. Tinha conseguido realizar meu feito. Só não saberia dizer até quando."

Fiquei tão extasiada com a estória de Amélie que nem percebi que a carta estava toda borrada de lágrimas.

2 comentários:

Unknown disse...

O que me veio a mente, ao ler este texto? "UAU!"
Belo texto, amiga!!!
Me enche de orgulho.

Riceli 'Krol' Chacon disse...

Credo!!
Vou me batizar de Amélie agora...
lol
ótimo!!
Mal podia esdperar pelos textos hots!! lol
Bj