sábado, 31 de outubro de 2009

Gota

Gotejou, gotejou, gotejou,
Gotejava tanto que um rio virou.
De vez em quando achava um pouco
e gotejava mais um pouco.

Gotejo amargo, salgado, irritante.
Gota no mesmo lugar. Monótono.
Quase incessante.
Viu a hora se afogar naquele gotejo constante.

Gotejante, gotejante, gotejante, gotejante,
Viu que essa vida de gotejar era errante
E o gotejo foi ficando cada vez mais distante.

Gota, gota, gota,
O rio que antes corria com força,
Agora virou lagoa.
Depois lago.
Escasso.

E agora só tem o espaço
Onde gotejava, gotejou e ainda goteja:
Gotejo doce, doce,
Doce.Cereja.

Mas no espaço onde o rio era
Ainda há correnteza.
Só o que a menina não quer é
Que o rio de novo se encha

E que se for para encher
Que seja de gota, gota doce
De cereja.

Nenhum comentário: