quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Enxaqueca

Minha cabeça lateja desde sábado. É uma enxaqueca incômoda, que me deixa aérea, tonta e ainda mais sem paciência. Tudo isso porque sexta o vi. Estava atravessando a rua, justamente pensando em seu nome, que saiu da boca de uma amiga sem querer. E aí vi aquele perfil, que reconheceria até na penumbra. E a sensação...ah, a sensação... Foi tudo meio sem nexo, assim como éramos. Assim como eu era em relação a ti. Olhei em volta procurando oxigênio, enquanto uma onda fervente de ódio e saudade subia pelo meu corpo. Logo fechei a cara e me encaminhei pro outro lado da rua. Não queria que me visse. Não quero que me vejas assim, no estado em que me encontro. Se eu estava prestes a desabar, você foi o estopim, meu querido, e desabei.

Esperando o ônibus pra ir para casa, estava eu em choque e assim fiquei até o amanhecer. As lágrimas me deram bom dia. E junto com elas esta dor de cabeça infernal e a garganta ardendo como bônus. Se os olhos não viam, e meu coração sentia, imagine os olhos fotografando cada gesto seu, e aquele olhar de que percebeu minha presença, e eu, como covarde que sou, fugi à resposta
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