segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Confissão-desabafo

Quão rápido esse ano passou! Aliás tendo sido assim há algum tempo. Mas especialmente este ano, sinto que perdi muito dele, e tempo não volta, só conhece "o pra frente". Sendo mais direta, os últimos três meses têm sido os mais desperdiçados: passei eles no passado, enquanto o tempo é futuro, então o que aconteceu? Parei. Parei de sonhar, parei de acreditar tão facilmente nas pessoas. Parei de pensar num futuro que hoje sei que não é pra mim. Parei de tentar deixar meu cabelo crescer, parei de tentar emagrecer. Parei. Parei de ser a menina que fui um dia, tolinha, vivendo na mentira. Parei para avaliar o quanto eu mudei nesse período. Parei e percebi que me tornei pior. Pior em relação aos sentimentos, ao meu comportamento.

Paro agora e confesso que sinto inveja de quem tem alguém ao seu lado. Confesso que queria ser outra pessoa e estar em outro lugar. Confesso que sou chata e sem paciência e que esses últimos meses só fez me revelar. Confesso que tenho depressão bipolar e não faço nada para tratá-la. Paro e percebo pela primeira vez em minha vida que
sou triste e não tenho a mínima vontade em lutar contra a tristeza. Sou mal-humorada, malcriada, ingrata e covarde. Confesso. Porque iria colocar o que tenho de bom? Outra coisa: aprendi a não ser hipócrita. Tenho qualidades como todo mundo, mas hoje, parei para falar de meus defeitos.

Parei e percebi que hoje vejo o mundo com perspectivas piores. Confesso que, sinceramente, não sei se o ser humano tem esperança de um mundo melhor. Confesso que sou tão fraca, que uma decepção [ somada à seqüelas de outras] me derrubou de tal maneira que me tornei assim. Mas também paro e agradeço as oportunidades que surgiram nesse tempo. Santa rotina! Paro e agradeço a única coisa que me faz levantar da cama todos os dias [ mesmo que de mau-humor]: a Música. Confesso que quando estou com ela, sou uma pessoa ligeiramente feliz. "E os seus familiares e amigos?" Eles são meu alicerce, mas sei que eles podem [ e tem todo o direito] de se cansarem de mim. Confesso que sou carente, mas não sou doce, nem um pouquinho.

Por isso não vou forçar e nem pedir para ninguém me amar e muito menos pra se compadecer. Sei muito bem quem sou [ e algumas pessoas também o sabem] e outra coisa que aprendi foi a ter consciência: confesso que sendo do jeito que sou, não vou muito longe, e pior, não me vem vontade de mudar essa situação.

Um comentário:

Juh disse...

Jú, fase difícil esta hein..

Vc lembra q eu sempre quis que vc fizesse um blog? Mas vc disse que nao tinha paciencia pra escrever...

E que surpresa boa, já eh quase uma escritora. seus textos progridem, tem conteúdo, acrescentam na nossa vida, são lindos!

Eu sei como eh bom desabafar no papel, numa folha em branco que nao vai te criticar e até te compreende.

Espero que voce se sinta melhor a cada dia que passar.

Te amo muito.