segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A ira de Amélie

Paris, lundi, 31 Août 2009.

Não vou nem perder tempo colocando as frases em frânces como costumo fazer... Amélie escreveu-me uma carta furiosa. Não comigo, obviamente, mas com sua situação.
Eu a compreendo. Às vezes dá raiva mesmo. Não existe outro nome para o que ela sente hoje senão raiva.
Amélie, assim como toda jovem, passou por uma desilusão. O problema dela, a causa de sua ira é que está tentando de tudo pra contornar esse episódio e até agora não conseguiu de fato.
"Escrevo -te, minha amiga, esta carta para vomitar minha ira!!Isso mesmo, vomitar!!! Não aguento mais essa sensação, esse pensamento constante que me aflige e o que é pior : abala minha auto-estima e meu desempenho na vida!
Não aguento mais dormir e acordar com este único pensamento, este nome, esta face que me aparece e me aborrece como um fantasma todos as noites e me dá "bonjour" todas as manhãs!
Esta sensação que me suga, me deixa sem forças, sem vontade. Além de tê-la o tempo todo, o que já é extremamente desconfortável, é como se ela ainda cobrasse pedágio por eu senti-la e exaure todas minhas reservas.
Sinto-me impotente por não conseguir afastá-la. Por não conseguir controlar seus efeitos. Nem ao menos aprender a conviver com ela. Ao invés da resignação, me vem a revolta!
Meu desejo é ausentar-me de mim mesma e ser outra pessoa por algum tempo. Ah! Se pudéssemos fazer isso, como quando enjoávamos de um brinquedo e íamos brincar com outro.
Ah! Se eu pudesse! Seria "cette personne ", para saber como age intimamente. Como realmente é. O que pensa desta pobre "fille" que de tão desgostosa, prefere ficar às escuras e investigar-lhe a viver a própria vida.
Falam-me de tempo, mas confesso que não tenho paciência para esperá-lo. Talvez seja essa minha ansiedade desmedida que me faça ter essa sensação constantemente e, assim como uma bola de neve, vai me deixando cada vez mais irada.
A ira! Ela se mistura com essa "coisa" hora me fazendo chorar de angústia, hora de ódio.
A ira! Quereria eu ter o poder de me ausentar e desta vez me espiar, avaliar minha inocência, alertar contra minha própria tolice, censurar minha língua e colocar rédeas em meu coração!
Mas infelizmente, essa avaliação só acontece depois da desgraça, quando "aquela sensação" já se infiltrou em você e a faz pensar com rancor e frieza.
Que posso fazer, minha amiga? Se não tentar me conformar e pedir a Deus que não me faça uma pessoa medrosa? Só peço que quando encontrar ouro no chão, não pense que é "merde" e desvie!

domingo, 30 de agosto de 2009

PAZ




"A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde já não me enterro mais."
Gilberto Gil e João Donato




Hoje acordei cheia de paz. Nem alegre, nem triste, com paz. Neutra. Acordei limpa, como uma folha de papel. A paz tem aroma de um perfume suave, porém penetrante. Hoje tive o privilégio de sentir o que todo mundo pede : paz.
Quando comemorei meu aniversário, na hora do "parabéns", de apagar a velinha, esqueci de fazer um pedido... "Nossa, esqueci do meu pedido". Mas o meu desejo está tão evidente que já no dia seguinte me foi concedido. Pelo menos por hoje.
Queria que todo mundo sentisse o que eu senti.
Hoje, foi como se uma núvem branca tivesse passado em meio as cinzentas que andaram sobre minha vida. Também foi como uma divisória. Como uma borracha em um desenho feito à lápis 6B. Quem desenha com 6B não usa borracha, quando se erra, começa-se de novo. Se usa a borracha, o papel fica marcado. Daí tem que passar a borracha mais uma vez. É perigoso, o papel é frágil, pode rasgar... A paz também é frágil.
Só que nós só temos um papel por vez, então faz-se necessário o uso da borracha. Tendo a borracha certa e usando-a corretamente, o papel vai ficar quase todo limpo. A eficiência da borracha também depende da força aplicada ao lápis: um traço rápido e de leve é facilmente apagado. E assim vai, quanto mais forte o traço, mais borracha se usa.
Mas o que isso tem a ver com a paz? Hoje, meu papel tava limpinho de novo. Ele tá mais fragilizado, é verdade, mas é só tomar cuidado com o próximo traço. Além disso, a borracha que vem sendo usada é muito boa, de qualidade. E ainda posso desenhar nas bordas, onde não precisei apagar. Meu desenho não para. A borracha apaga, mas te dá a chance de desenhar mais uma vez, quem sabe até melhor. Por isso que é bom ter borrachas...Te dão a sensação de limpeza, levando as "sujeiras" embora, assim como uma núvem branca que surge num céu nublado . Sinto que a partir da núvem de hoje, outras começarão a vir com mais frequência. Até que, juntas, formarão um desenho de um dia absolutamente ensolarado.





quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Soneto de aniversário


O que Há de ser agora
Quando nA vida se tem 22 anos
Sair Pelo mundo à fora
Faz Parte dos meus planos

Os yins e os Yangs
Divisão, dois / por dois
O desequilíBrio de antes
É passado, Ih! Já foi

Quero teR cada um desses incentivos:
À não trisTeza, mágoa,angústia, gargalhar
Contra elas Hei meus amigos
Família e Deus sei que posso contar

E assim termino, Atrevendo-me a por palavra em rima
Happy birthdaY to me, Juliana Elisa





* passe o mouse em cima das letras para visualizar o poema.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Bougies d'anniversaire

"Angustia" Oswaldo Guayasamín.


Paris, lundi, 24 Août 2009.



Mon Amour,

Tous les lundis (todas as segundas),Je pense que cette angoisse (eu sinto essa angústia)...
- Amélie, permettez-moi de traduire, en portugais est meilleur."(Amelie, deixa eu traduzir, em português é melhor.)
- Oh! pardonne-moi, oui, oui" ( Me perdoe, sim, sim).
- Quand vous voulez, Miss. ( Quando quiser, senhorita.)
- Oui, merci.

"Todas as segundas, eu sinto essa angústia. Ela vem de repente e, quando dou por mim, já estou completamente cheia dela.
Essa angústia que mesmo sem eu querer, me faz lembrar você, pois você é a causa disso tudo.
Fico me perguntando o porquê de ser sempre as segundas, e daí eu me lembro que deve ser porque eu esperava demais pelas segundas, pois nos finais de semana não nos víamos. Lembro-me que ficava nervosa, com as mãos gélidas, meu coração disparava e meu corpo tremia...
Só que essas sensações ainda não me abandonaram, e toda segunda eu as sinto, ou toda vez que tu me vens à cabeça. A diferença é que nas segundas a dor vem primeiro, fazendo com que de maneira cruel , eu me recorde de ti.
Como disse na carta anterior, que minha amiga traduziu para vocês, já não choro mais, porém, sou tomada por lembranças e questionamentos. Sempre peço para ela por minhas dores aqui, em forma de palavras, e assim me sinto melhor. Agradeço àqueles que sempre as lêem.
Também me lembro de ter dito que o meu amor havia sido platônico, mas, na verdade, foi mal correspondido...
Dia desses estava conversando com um amigo, e ele me disse que eu só fiquei assim, que eu só estou assim porque criei expectativas demais. Doeu, doeu ainda mais quando ele me disse que tu me deixastes porque realmente gostava da outra menina. Também me disse que era porque não era para acontecer.
Tudo bem...já to acostumada a sempre não acontecer.
Sinto falta. Falta de ter um companheiro. Mas sempre fui só mesmo... ("Ce drame, Amélie!")
- Mais vrai!(mas é verdade!)
- Tá. Desculpa. Continue.
- Você tem razão, minha amiga, é porque dada as circunstâncias atuais, isso tomou proporções muito maiores, desde o começo, inclusive. Mas saiba que estou tentando dar a volta por cima, estou mesmo, mesmo que às vezes eu tenha algumas recaídas...Não quero deixar minha família e nem meus amigos preocupados, só quero que saibam que me esforço ao máximo para combater essa tristeza. Ela já existia, pois sempre fui uma pessoa um pouco carente ("Je ne sais pas si c'est le bon mot ... " - Tudo bem, deixa 'carente' mesmo.), não por falta de carinho, mas por sempre querer tudo perfeito. E quando acontece algo do tipo, é como se SÓ aquilo fosse me completar...Mas claro que não é verdade, o que seria de mim se não fossem meus amigos e minha família?
Agora vou tratar minha vida como se fosse um bolo de dois andares: no primeiro , está minha família, meu alicerce. No segundo, meus amigos. Tratarei meus amores como velas de aniversário: só são colocadas uma vez por ano; têm sua importância, pois representam concretamente o começo de uma nova fase, fazem parte daquele bolo por alguns instantes, como se o bolo só fosse completo com elas, mas que derretem, se apagam e precisam ser substituídas. As velas não interferem no sabor do bolo( a menos que você deixe a vela derreter tanto, que ela vai afundar e deixar o bolo azedo..."A angústia! Você é demais, Amelie" - eu grito.) e enquanto não chega outro aniversário, elas são completamente dispensáveis.

Avec amour, Amélie. "





domingo, 23 de agosto de 2009

JEJUM


"Teria mesmo chegado ao ponto de dizer nutro? Teria, teria sim, teria dito nutro e relacionamento e rompimento e afeto, teria dito também estima e consideração e mais alto apreço e toda essa merda educada que as pessoas costumam dizer para colorir a indiferença quando o coração ficou inteiramente gelado.

Caio F. Abreu


Estou de jejum. Isso mesmo, de jejum. Mas não esse jejum que obviamente você está pensando; não é o Yom Kipur ( considerado o dia do perdão; os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito.)mas a minha intenção não é purificar o espírito e sim a mente. Estou de jejum de carne...carne humana.
Esse jejum é um outro tipo de "conduta" que venho tendo até mesmo sem perceber, que estava disfarçada sob o véu da "mulher forte", da pessoa que consiguiu extrair a parte boa das coisas ruins, que tirou lições das situações pelas quais passou. Mas os véus caem...Não que eu tenha sido desmascarada por alguém, não que eu tenha sido falsa, não, não é nada disso. Como falei é só uma conduta que vinha tendo e que agora resolvi colocar nome.Também posso compará-la ao Sabbat, da tradição judaica.*

"É preciso ir contra a carne. Afrontá-la."

Quando se está de jejum, o corpo primeiro reclama, depois se acostuma.É como se você não sentisse mais a necessidade de comer. Na primeira vez que você faz, pode ter reações: ficar tonta, sem forças...Mas depois que o jejum vira uma prática, mais uma vez, o corpo se acostuma e você o faz sem aquela pressa para voltar a comer e se conscientiza cada vez mais da importância em fazê-lo.

"Porventura, não é este o jejum que escolhi? Que solte as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?"

Isaías 58.6,7


A diferença em ter percebido tal conduta é que resolvi continuar com ela, e a encaro agora como um ato voluntário, como um jejum . Tenho que passar por isso para poder me "purificar". O que acontece quando uma pessoa é purificada? Creio eu que essa pessoa, além de se sentir mais leve, melhor, fique aberta à experiências novas, experiências agora condizentes ao seu estado, ao seu nível, porque ser purificado significa esquecer as mágoas, perdoar, estar limpo, renovado.
Mas antes da recompensa, há o jejum: deixo a carne lá, no freezer, não me dou o trabalho de descongelá-la, cozinhá-la (ou assá-la, fritá-la, como preferir) agora. Faço o jejum antes, para que depois, quando eu for comer, eu prefira peixe à carne vermelha.



*O Sábado em hebraico diz-se sabbat, que quer dizer “descanso”. Este constitui um dos elementos fundamentais da tradição judaica. O Sábado é o sétimo dia que é o dia de descanso. Este dia recorda dois grandes momentos da história do povo judaico, são eles: o descanso de Jahvé depois de terminar a sua obra da salvação e a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito . De acordo com a tradição judaica, a ordem de um dia de descanso foi ordenado por Deus e institui um dos mandamentos do Decálogo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Bling (Confession Of A King) - The Killers

When I offer you survival,
You say it's hard enough to live,
It's not so bad, it's not so bad
How do you know that you're right?

I awoke on the roadside,
In the land of the free ride,
And I can't pull it any longer,
The sun is beating down my neck

So I ran with the devil
Left a trail of excuses,
Like a stone on the water,
The elements decide my fate,
Watch it go..."bling".

When I offer you survival,
You say it's hard enough to live,
Don't tell me that it's over,
Stand up
Poor and tired,
But more than this

How do you know that you're right?
If you're not nervous anymore,
It's not so bad, it's not so bad

I feel my vision slipping in and out of focus,
But I'm pushing on for that horizon,
I'm pushing on,
Now I've got the blowing wind against my face

So you sling rocks at the rip tide,
Am I wrong or am I right?
I hit the bottom with a "huh!"
(??) Quite strange,
I get my glory in the desert rain,
Watch it go..."bling".

When I offer you survival,
You say it's hard enough to live,
And I'll tell you when it's over,
Shut up poor and tired,
But more than this

How do you know that you're right?
If you're not nervous anymore,
It's not so bad, it's not so bad...

Higher and higher,
We're gonna take it,
Down to the wire,
We're gonna make it,
Out of the fire,
Higher and higher.

Higher and higher,
We're gonna take it,
Down to the wire,
We're gonna make it out,
Whoa-oh-oh Higher and higher...

It ain't hard to hold,
When it shines like gold,
You'll remember me.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Un Mois


Paris, lundi, 17 août 2009.

“Mon amour,

Amanhã fará um mês que eu tive a prova concreta de que havia algo errado. Quando você disse: “Não dá mais”. Parecia um sonho, ou melhor, um pesadelo.

Fazia algum tempo que eu não acreditava tão cegamente em alguém. Acreditar a ponto de não querer ver, ou melhor, de não conseguir ver o que era óbvio: não era de verdade.

Um mês... É muito ou pouco tempo? É relativo, como dizia Einstein, pois em um mês, ao mesmo tempo em que quase não me lembro mais de sua face, há momentos em que ela me vem claramente à memória, como se eu a tivesse visto ontem mesmo.

Um mês é suficiente para tanta coisa... No meu caso foi suficiente para me fazer acreditar que desta vez eu havia encontrado uma companhia, que você era a pessoa certa. Mas também um mês foi suficiente para eu descobrir que você não era quem eu pensava que fosse.

Um mês me fez ir ao fundo do poço, ao puro desespero, sentir solidão, angústia, mágoa, raiva. Me fez aprender lições, descobrir talentos, novas formas de me expressar. Me deu um pouco mais de autoconhecimento.

Um mês me fez ter certeza de que eu estava realmente preparada para uma nova experiência e que eu tenho vontade sim, de experimentá-la.

Em um mês fui da felicidade cega à realidade obscura.

Um mês me faz lembrar você sem que eu chore, mas faz com que eu sinta aquele aperto no peito, de pensar que tudo que tive durante esse tempo foi uma ilusão.

Dói mesmo, um mês ainda não foi o suficiente. Um mês ainda me faz sentir saudades suas. Saudade essa que nem faz sentido, mas denuncia que ainda gosto de ti. Um mês não foi suficiente para esquecer-te.

Mas um mês me fez sair do desespero inicial, me fez querer levantar, voltar à razão, procurar novos ares, me fortalecer; mostrou-me que não tenho medo de amar e que eu não me decepcionarei.

E o tempo me deu ótimas oportunidades, boas novas. Tudo dentro de um mês.

Qual a principal lição disso tudo?

Em apenas, ou nesse espaço todo de um mês eu sou uma nova pessoa: mais decidida, segura, com novas opiniões a respeito de velhos assuntos, mas acima de tudo, uma pessoa que não deixou de acreditar.

Son toujours aimé Amelie."


PS: Carta escrita por uma jovem francesa que acabou de descobrir que seu amor era platônico. Achei legal, resolvi traduzir e colocar aqui.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Conversa de bar

Joyce era uma mulher de 30 e poucos anos que já passara por poucas e boas em relação ao sexo oposto - naturalmente, como toda mulher. Mas no caso específico de Joyce, havia um "agravante": não se encaixava no que definimos ser "um padrão de beleza"- em outras palavras: era feia. E também "levemente acima do peso","gostosa", "fofa" como ela mesmo dizia.
Vivia bem de vida e de bem COM a vida. Tinha um bom emprego, carro, casa...enfim.
Além disso, como pessoa era ótima: personalidade forte, determinada, extrovertida. Tinha muitos amigos, era super bem relacionada. E mais: Joyce tinha um incrível senso de humor. Com as experiências pelas quais passou, Joyce, ao contrário do que se espera, ao invés de ter se tornado uma pessoa amargurada, não, soube aprender com seus erros e com os dos outros e "rir da própria desgraça".
Certa vez, Joyce e suas amigas inseparáveis - bem à la Sex and the City - estavam tomando suas "margueritas" (apelido para cerveja, criado por Joyce), contando os babados da semana, em uma mesa de bar, quando Clara, uma de suas amigas, contou:"Amigas vocês já sabem né? Eu e o Ricardo terminamos...Tô sofrendo tanto! Ai ameeegas se não fossem vocês, não sei o que seria de mim!"
Beatriz, que era a mais "durona" do quarteto ( pura fachada!)
, não deu muita trela p/ que Clara dissera, uma vez que a achava "muito dramática" e "romântica demais".
Como que para mudar daquele assunto que Bia achava uó, contou as meninas que semana passada havia sido assaltada. Bia conseguiu o que queria: o rumo da conversa mudou completamente. Agora as três conversavam seriamente sobre a violência - menos Joyce, que estava aérea, como se nem tivesse ali...e, de repente, começou a gargalhar.
- Joyce, você tá bem? Indagou Mariana, a mais tímida das quatro.
- Deve estar bêbada, também depois de dez margueritas! Respondeu Bia.
- O que foi? Qual a graça disso tudo? Perguntou Clara.
Joyce começou a explicar a razão daquela espécie de espasmo que acara de ter: tinha feito uma comparação bizarra, mas até interessante. Então falou:
"Homens são igual a violência (todas a olham espantadas): se nós deixarmos nossas bolsas abertas, o perigo de ser assaltada no meio da rua se torna maior, assim como deixar o celular visível...enfim. Se deixarmos de comprar algo por medo de sermos assaltadas, nos sentimos presos, sem liberdade. Se ficarmos pensando na violêcia o tempo todo, piramos. Se deixarmos de pensar completamente, podemos ser pegas de surpresa."
Beatriz indaga:"e o que fazer então?"
Joyce, que passou por aquelas tais desilusões e decepções de maneira mais "intensa", digamos assim; que por muitas vezes se enganou, porque as pessoas só se aproximavam dela por ser rica e inteligente. Isso fez com que Joyce criasse uma espécie de sexto sentido, fazendo com que só se deixasse aproximarem dela pessoas de confiança, como suas amigas, ali à sua frente. E também, como sempre fora muito esperta e determinada (tudo que conseguiu na vida foi por puro mérito e dedicação; não por beleza e nem porque deu pro chefe) sabia exatamente a resposta:" o lance é ter o cuidado habitual com sua segurança, estar alerta, mas que isso não te impeça de você querer sair à noite, por medo; que você curta sua vida normalmente."
- Se houver um assalto, pois ninguém está livre disso, não procure ficar traumatizada, mais alerta, talvez, mas nunca diga "não saio mais de casa!" Até porque o assaltante, ou a quadrilha (dependendo do impacto da ação), pode invadir sua casa, roubar tudo o que você tem, e aí você vai ter que comprar tudo de novo. "Gente, não vai ser um ladrãozinho, que vem lá dos cafundó, que vai atrapalhar nossa vida!" As quatro caíram na gargalhada.
- Joyce, você não existe! Não é que se encaixa direitinho a sua comparação? Diz Mariana.
- Danada!! Exclama Bia.
Mas clara pergunta:" se mesmo tomando todas essas medidas, ainda há o risco real de sermos assaltadas em nossas própias casas, o que a gente faz?"
Joyce, mais uma vez responde sem pestanejar: - Entrega nas mãos de Deus, afinal foi Ele que criou o homem, e não é culpa Dele que alguns virem assaltantes. Do jeito que a violência anda, é quase impossível acreditar que ainda haja lugares seguros, mas eu sei que há. Ainda podemos ter uma vida em paz. Então, só Deus. Só Deus.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ela

Quando todas as luzes se apagam, quando só há som do nada, me deito. O sono não vem de imadiato: fico rondando o mundo em meus pensamentos, minha imaginação vai longe.
Quando me bate essa insônia e estou completamente só, no breu, ela me vem à mente.
O que fazer pro sono vir logo? O que fazer para combater pensamentos inúteis, desnecessários? Aqueles que sempre estão presentes antes de dormir? Ela.
Então aperto o botãozinho e começo...Já lido com essa sensação há algum tempo, mas o efeito é de como se fosse a primeira vez.
Ela já é minha conhecida, já sei exatamente o que me agrada...Não que isso tire o mérito do que ela me causa! Não, muito pelo contrário, cada vez que me proponho a experimentá-la, me surpreendo! É tão incrível!
Como pode um hábito tão costumeiro (para alguns)sempre te dar prazer? Porque ela é poderosa, muito poderosa.
Quais as sensações que ela me traz? Muitas: desde a descoberta ao êxtase! Ela também me ensina, me ensina a conhecer-me e mostra do que sou capaz, de verdade.
Eu sempre encontro fontes diferentes para encontrá-la e ela sempre me atende. Ela me faz sentir genuíno p...r...a...z...e...r!
Me deixa excitada, sorrindo à toa, me faz fechar os olhos e viajar...pára meus pensamentos, faz com que eu só pense na sensação maravilhosa . Ainda tenho a meu favor uma certa experiência; em fazê-la também com minhas mãos...Mas é claro!
Às vezes, de tanto prazer, me envolvo tanto, é tão intenso que, chego ás lágrimas!Sim, ela me leva às lágrimas!
Finalmente, depois deste misto de emoções, o sono começa a interferir, e faz com que eu, cansada, adormeça.
E no dia seguinte, quando desperto, vejo que ela me deixou vestígios...Meu Deus, se alguém entra no quarto? Vou levar uma puta de uma bronca:"menina, de que horas você foi dormir? E ainda adormeceu com esse maldito aparelho de MP3 nos ouvidos de novo!? Quer ficar surda!? Você sabe que tudo demais é ruim!"
- Ah, mãe, me deixa! Você sabe que só a música me acalma e me faz dormir.
Que merda.O MP3 descarregou.

Truth

The truth is...
No, the truth wasn't true.

So, which truth is true?
That whole thing,
to a certain extent,
was true?
Was it possible that you were,
For a moment or two, by my side?
Or that whole thing
was a great lie?
After everything that happened,
is it that I do receive?
After all, which truth
must I do believe?

domingo, 9 de agosto de 2009

O que me conforta


Todas as noites você me olha, mas nada diz... O que se passa nessa mente? O que refletem esses teus lindos olhos, que mais parecem tudo de que é feito o azul; e ainda, lá no fundo, no centro deles, há o que sugere o universo, um buraco negro que me transporta ao infinito. Infinito esse que me tira da realidade e me faz ser, por uns instantes, uma pessoa diferente.
Mas o que seriam dos olhos sem o contexto em que estão inseridos? Essa bela face que os abriga me remete à inocência; à pureza; à maneira simples que as crianças veêm o mundo. Tudo isso por causa de tua pele rosada.
Porém, nessa face há também elementos que me trazem de volta à juventude, ao momento em que vivo - esses pêlos que envolvem teu queixo, arrodeia tua boca e, como um estuário, se encontram com teus cabelos. Eles me despertam desejos característicos de minha idade; toda aquela curiosidade e energia que essa jovialidade me proporciona.
Seus ouvidos me sugerem palavras não ditas em uma língua que aos poucos vou descobrindo e que a cada dia torna-se mais interessante.
Seu nariz perfeito me faz lembrar olfato; pele; maciez; suavidade; tato...E, tão perto deste nariz, dentre a aspereza desta barba - que tem a textura de grama recém-cortada, que arranha, mas que te agrada - estão teus lábios: o oásis, estes sim despertam todos os desejos esquecidos, até mesmo aqueles que nem sabíamos que existiam. Que nos levam ao êxtase, nos fazem sentir quentes; vibrantes; vivos.
E depois que abro meus olhos e me deparo mais uma vez com todo o conjunto desta bela face, me lembro de tuas sobrancelhas espessas, que protegem teus olhos (assim como teus cílios e pálbebras) - que sempre exprimem com exatidão o que sentes - de ataques ao que és; por isso as sobrancelhas podem muitas vezes fingir (como que para se defender) o que os olhos não podem.
Há ainda teus cabelos, que me remetem mais uma vez a cheiro, maciez, mas também afago, cafuné, carinho e que também me faz comparar a um caminho retilíneo, contínuo, no qual podemos seguir sem medo; confiança; respeito; amor singelo.
É isso que me conforta, e todo esse efeito é causado por teu rosto, imagine o que me causaria teu corpo...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pólen


Havia passado 2 anos desde aquele confuso término de namoro. Isabel ainda lembrava e sofria vez ou outra, recordando os momentos que passara com Vinícius. Ela o considerava especial, apesar de tudo o que aconteceu. Quando Isabel conheceu Vinícius, estava decidida a não ter mais medo de entregar seus sentimentos, de demonstrá-los; pois até ali, a postura "não vou me envolver" não tinha dado bons resultados. Quando começaram a namorar, Isa estava feliz e acreditava que havia encontrado o homem certo, já sonhava até em ter uma família com ele. Já Vinícius era um cara "boa pinta", bonito, atraente, até divertido - se considerarmos que Isa estava apaixonada e portanto, achava graça em tudo que Vinícius dizia. Isabel era uma novidade p/ ele: uma mulher bonita, elegante, que já tinha uma certa estabilidade financeira, frequentava teatros, participava de recitais, saraus, era poliglota...Enfim, uma mulher diferente das do universo de Vinícius. Os dois divergiam nos gostos, preferências. "Mas isso é besteira" dizia Isa. Mas bem certo é o ditado que diz que somos feitos de nossas escolhas, e nossas escolham dependem de nossas preferências. "O amor é cego" dizia Shakespeare; digo mais: o amor, além de cego, é surdo. Os amigos de Isabel alertavam-na para o perigo dessa relação, mas Isa, sempre pensando positivo, acreditava que Vinícius poderia surpreender a todos e mostrar que a relação dos dois iria dar certo. Até deu, por um certo tempo. Mesmo com as desconfianças e suspeitas. Chegaram até mesmo a noivar. "Nossa, a Isa casando..." pensavam seus amigos. Estava indo tudo bem...Até que, de repente, tudo virou ao avesso: Vinícius relutava com a idéia do casamento, andava estranho...Isabel desconfiou e descobriu que tudo não passou de uma grande mentira. Descobriu ainda que Vinícius sempre estivera com outra. Nossa, que decepção! Isabel sofreu tanto...A dor de saber que tudo, absolutamente tudo, era pura mentira.E ainda mais: a traição...caso antigo; Isabel fora uma breve brisa que veio de longe, se aventurou a voar mais baixo, carregou consigo uma folha - mas folhas pertencem a terra, então, a folha voltou ao chão, atraída pela gravidade e a brisa voltou a voar sozinha. Isa adorava analogias e era boa em fazê-las. Mas voltando ao desfecho da estória...Isabel, que acreditou tanto naquele namoro, ficou bastante triste, sofreu, chorou - muitas vezes de raiva, por ter se deixado enganar. "O tempo cura." "Tudo passa." E dois anos depois de tudo, Isabel encontrou com Vinícius. Ele está diferente, mais maduro talvez...e casado! Nossa, não é que ele casou com a Tatiana? Isabel se surpreendeu, afinal, pensou que revê-lo seria ruim, mas não, foi renovador, pois Isabel teve a certeza de que os dois nunca iriam dar certo, e que Tatiana era bem o tipo de Vinícius; eles realmente davam certo: os dois "boa pinta", bonitos (se bem que Isa achou Tatiana meio vulgar), atraentes (também, com os decotes que Tatiana usava...), até divertidos. Moravam em uma casa modesta, ele continuava no mesmo cargo de dois anos atrás, ela, dona de casa. Sim, eles eram felizes, mas Isa percebeu que não queria esse tipo de vida e que Vinícius realmente não era o homem certo. Hoje, Isabel é funcionária federal, possui uma bela casa, carro importado, uma ótima vida. Ainda não achou o homem certo, mas agora, mais madura, não tem pressa e muito menos medo, pois ela sabe que Vinícius fora apenas uma prévia, o melhor está por vir. Como a própria Isabel diz:"sou como uma brisa, e brisas que voam mais alto carregam consigo polens : são mais difíceis de se ver, porém, são leves e por isso são capazes de acompanhá-las. Folhas tem aos montes, são mais pesadas e tendem sempre a voltar ao chão."

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Zangão e a Borboleta

Era uma vez um zangão que decidiu se afastar um pouco, ir a um lugar que raramente ia. Este lugar era repleto de borboletas. Ele simpatizou com uma. Ela ficou surpresa pela aparição do zangão e de alguns operários...
As borboletas voam por aí à procura da flor ideal. É difícil uma borboleta ficar quietinha, em uma pétala por exemplo; mas dessa vez, a borboleta repousou onde o zangão estava colhendo néctar.
Se aproximaram.A borboleta achou diverto o modo de vida do zangão, ele lhe abrira um mundo diferente do qual ela estava habituada.
Passaram a se encontrar naquela mesma pétala todos os dias. A borboleta se apaixonou. O zangão ia lá buscar seu néctar...Não que ele não gostasse da companhia dela. Várias vezes o zangão pensou em fazer da borboleta sua abelha rainha.Ela pensou o mesmo.
Mas como pode uma borboleta adentrar em uma colméia? Como pode o zangão deixar de fazer seu trabalho para fazer longos vôos com sua amada? Borboletas são mais graciosas, têm asas maiores, alçam vôos mais altos.
A borboleta já deixava de fazer suas jornadas para ficar a espera do zangão na pétala. O zangão continuava indo, mas cada vez mais só p/ buscar seu néctar. Um dia, o zangão não apareceu...A borboleta ficou zangada...Depois soube que seu zangão tinha ido buscar néctar em outra flor, a mando da abelha rainha e influenciado pelos seus amigos operários.
A borboleta, apaixonada, não percebia que a flor em que se encontravam estava começando a morrer...Assim, dali a alguns dias, não haveria mais néctar. O zangão sabia, e já planejava outro lugar p/ continuar seu trabalho.
Passaram-se alguns dias, e a borboleta começou a perceber seu zangão estranho...Ele disfarçava...Chegou até mesmo a ir onde a borboleta morava, e a borboleta ficou ainda mais encantada.
Um belo dia, porém,depois da morte da flor, a borboleta vendo que não tinha mais néctar, sugeriu que o zangão a acompanhasse, pois onde ela morava havia um belo jardim. O zangão alegou que era muito trabalhoso ir lá todos os dias. Isso deixava a borboleta intrigada: afinal, qual era a dele? Ele não quer minha companhia? O que ele era?
Mas a abelha rainha ordenou que o zangão fosse trabalhar naquela flor, aquela que tinha deixado a borboleta chateada.
Nunca mais se viram; a borboleta, arrasada,foi procurar consolo em seus vôos e o zangão continua a colher seu néctar. Só que zangões não colhem néctar; têm função reprodutiva e são alheios as atividades da colméia.O zangão se fingia de operário.
A borboleta vez ou outra vai lá onde havia aquela flor, aquela pétala
e chora.



PS: Inspirada pela música "When Ginny kissed Harry" da trilha sonora de Harry Potter e o Enígma do Príncipe.

domingo, 2 de agosto de 2009

Água

Alguém foi lá e abriu a torneira; abriu até o máximo que pôde. A água ficou lá, saindo por dias.
Ninguém vai fechar essa torneira? Mais que parece um vazamento de tanta água! Vai inundar tudo! Olhe só! Já ta querendo transbordar! Alguém p/ fechar a torneira, por favor! Porque quem a abriu pensou que a tinha fechado depois de usá-la.
Alguém! Alguém!
Eu vou ter que ir lá, eu mesma fechar essa torneira; eu, que tinha desaprendido a lidar com torneiras abertas.
Lá vou eu. Tento fechar a torneira, mas ela tá meio emperrada, a pessoa que por último a abriu não tem noção do quão grande foi a força que colocou p/ abrir a torneira. Talvez ela tivesse pensado que teria dificuldade em abri-la, e empregou todas as forças que possuía. Mas não, o segredo era ter jeito e, principalmente, paciência - abri-la devagar; assim, para fechá-la seria do mesmo jeito. Mas não, a pessoa colocou força desmedida, viu que havia água saindo demais,até tentou fechá-la, mas ela emperrou e ficou lá, aberta. Quando se deu por conta que a água iria transbordar, saiu de fininho, com a desculpa de que a água iria me afogar.
Preciso de ajuda para fechar a torneira, ela está realmente emperrada. Já vazou tanta água! Que disperdício!
Me ajudam a fechar tal torneira, mas descobrimos que ela ainda não fecha completamente, agora a água cai de pingo em pingo...
O que é pior? Uma enxurrada ou um pinga-pinga irritante?
A força de uma cachoeira ou a "regularidade" de um conta-gotas?
Uma onda ou doses homeopáticas de água?
Esperamos sinceramente que outra pessoa que venha abrir a torneira possua a mesma força que a última, mas também veja o estado em que a torneira está, tenha consciência do quão ruim é deixar uma torneira pingando, a conserte e a feche.
Mesmo.

Ao Homem da Minha Vida


Pai, te agradeço por tudo!
Pelo seu jeito tímido de tratar assuntos complexos;
Pela sua maneira simples de me questionar;
Por ser calmo e manter o equilíbrio da casa;
Por ser sempre presente, mesmo estando calado;
Por sempre me apoiar, mesmo eu não estando certa;
Por ser meu álibi, meu cúmplice!
Por ser meu PAI!
Feliz Aniversário!

Ao Meu Amor



" Tô com saudade de tu, meu desejo. (...)
É tão difícil ficar sem você,
o teu amor é gostoso demais.

Teu cheiro me dá prazer,
quando estou com você,
estou nos braços da paz."

Composição: Nando Cordel / Dominguinhos


Ah, se te pego! Mas tem que ser uma pegada boa, que dure horas, só eu e você! Eu totalmente absorvida, não perdendo o fio da meada um segundo se quer! E você sempre me retribui! Mas faz tempo que não nos encontramos...Quer dizer, há certos encontros, mas nunca estamos a sós, como costumava ser... Agora, quando estamos a sós, eu te olho; você fica na sua... Silêncio...cadê o som? Cadê as rosas vermelhas e aveludadas? Cadê a alegria?
As vezes fico pensando em nossa relação...Será que acabou? E aquele encantamento todo no começo? Eu sempre querendo aprender contigo e você sempre lá, prestativo. Ah! Mas quando eu não queria nada, você também sabia retribuir, e na mesma moeda! E daí, juntos, voltávamos a ser o que éramos antes.
A vida é complexa, e às vezes nos faz questionar se aquilo tudo vale à pena. Poderia estar fazendo outra coisa, mas optei por você. Sim, há coisas mais rentáveis - até me pergunto se você foi um bom investimento nessa etapa de minha vida - mas o prazer que você me dá quando eu te toco...não tem preço! Me vem uma paz, uma felicidade. É meio inexplicável.

Nossa relação já tem um tempo né? E claro, todas as relações têm fases ruins. No começo, você vivia comigo, p/ cima e p/ baixo: na faculdade, no caminho de casa, em casa...Só te largava quando ia dormir, e ainda sonhava com nossas músicas.

Hoje, já não é mais a mesma coisa, nós crescemos e tenho a sensação de que te conheço mais. Mas é que tanta coisa me chama a atenção! Estamos afastados, eu sei, e também sei que está sentindo isso e que quando nós começarmos a nos ver de novo, você vai me fazer ver quanto tempo eu perdi, e vou me arrepender...Mas como sempre, nós voltaremos a ser como éramos antes, só que desta vez, mais fortes, cada um mais ciente dos defeitos e qualidades do outro. Voltaremos a ser unha e corda.
Fiz minha escolha, e nenhuma escolha é fácil de se fazer, nenhuma decisão é fácil de ser tomada, ainda mais quando estamos falando do meu futuro, do seu futuro, do nosso futuro.
Você precisa saber que eu estou aqui, de volta, disposta a recuperar o tempo perdido e levar nossa relação à diante. Eu quero isto, e sei que você também quer.